Um mestre, duas fórmulas de estágio.
Para quem tivesse disponibilidade o estágio durou 5 dias, iniciou-se na 5ª feira dia 7 de Maio e prolongou-se até 2ª feira dia 11. Quem tivesse apenas o fim-de-semana, ficava com a 6ª, o sábado e o domingo. Duas fórmulas, dois preços, claro está.
Aos portugueses da escola Aiki Bukikai, juntaram-se aikidocas vindos nomeadamente de França (7) e da Alemanha (5). Outros portugueses, poucos infelizmente (AAS, AKP e TKD) vieram também apalpar ou repetir a experiência. E tudo correu às mil maravilhas. Ou seja: um ritmo avassalador onde ninguém tem tempo para murmurar, pois apenas lhe resta algum para observar as técnicas exemplificadas por Patrícia Guerri e recuperar o fôlego. Um excelente ambiente onde as técnicas são executadas com sinceridade, precisão e robustez. Ao longo dos dias temos um panorama abrangente do taijutsu e bukiwaza praticados por uma discípula uchi deshi de Saito Sensei desde o início dos anos 1980.
Por estas bandas o contentamento extrai-se do sacrifício, não da facilidade.
“Lá estão os de Iwama a querer serem melhores que os outros! Sempre a mesma conversa”
STOP!
É favor pensar pela sua própria cabeça. Se uns (mesmo por entre os continuadores de Iwama) não o fazem, nós fazemo-lo. Comparar os estilos de aikido, equivale a comparar uma queijada de Sintra a uma queijada de Évora. São ambas queijadas, mas não são a mesma coisa. E ainda bem que podemos saborear uma em Sintra e outra em Évora! Elas equivalem-se por existir, não para se subjugarem, não para serem comparadas. Cresçam sff!
Participei entre outros em estágios de Claude Pellerin, Christian Tissier, Patrícia Guerri, Hitohiro Saito e não sei como posso ter eu conhecimentos suficientes de aikido, para decretar que um é melhor que o outro? Posso adaptar-me melhor a este, ou apreciar mais o modelo daquele, mas não sei aikido o suficiente para criticar nenhum deles. Nem eu nem a grande maioria. Quem o fizer (e tantos há a cair nessa armadilha), é burro!
BURRO é aquele que não aprende, quando tem à sua frente um excelente professor a ensiná-lo. E não aprende, não por falta de capacidade, mas por falta de vontade, falta de abertura, falta de humildade.
É tempo de mudarmos de atitude no aikido. Quando ouvirem ou lerem alguém a tecer considerações acusando de falta de técnica um dos Grandes Mestres (e sabemos muito bem quem é GM ou não), tenhamos a coragem de o tratar de BURRO!
É tempo dos burros serem postos no lugar que merecem!
Senti-me feliz no final deste estágio pelo empenho que vi todos despenderem. Dos 5º Dan aos 6º Kyu. Até daqueles que nunca tinham feito aikido e sendo p. ex. 3º Dan em TKD, vieram todos os dias entusiasmados e doridos.
A diversidade no aikido é uma riqueza. Optem pelo estilo, escola, linhagem que mais lhes convier, mas compreendam que podem aprender com todos os verdadeiros mestres de aikido.
Assim ainda estejam dispostos a aprender…